Num país que por vários séculos foi proibido pelos colonizadores de ter uma universidade, sua orientação, tosca e improvisada, não passa de uma deliberada guerra de extermínio conduzida por um guru sem curso superior e falsa erudição, mal disfarçados por uma obscenidade permanente.
Por Paulo Moreira Leite
para o Jornalistas pela Democracia -
Todos os sinais indicam que é possível prever que uma massa imensa de
brasileiros e brasileiras irá às ruas, amanhã, para mostrar sua
indignação diante do corte nas verbas destinadas as universidades e
institutos federais de ensino, anunciadas de modo irresponsável e
vingativo por Bolsonaro-Weintraub.
Em São Paulo, os protestos envolvem a grande massa de estudantes e
professores de todos os níveis de ensino e têm apoio formal das
reitorias das universidades públicas. Alunos de instituições privadas
também convocam a paralisação, apoiada pelas entidades de estudantes,
sindicatos de professores de todos os níveis de ensino e dez centrais
sindicais -- unidas pela primeira vez em décadas.
Na Universidade Federal de Minas Gerais, só uma plenária para
preparar os protestos reuniu 3 500 estudantes -- deixando antecipar o
que se pode esperar para amanhã.
Em Niterói, os preparativos na Universidade Federal Fluminense
envolveram entre 10 000 e 15 000 alunos alunos, conforme a Folha de S.
Paulo -- isso quer dizer que 1 em cada 4 alunos matriculados se
engajaram nos preparativos.
Animados por uma alegre trilha sonora disponível nas redes, com Chico
Buarque, Zélia Duncan, Arnaldo Antunes, Paulo Miklos e tantos outros,
sob medida para ser ouvida nos pontos de concentração, os protestos de
15 de maio nascem com vocação para fazer história.
Além dos atos públicos, em várias cidades serão organizadas aulas
públicas, onde a população poderá debater os motivos da paralisação -- e
outros temas atuais, como a reforma da Previdência.
Quatro meses depois da posse de Bolsonaro, os protestos constituem a
primeira grande manifestação organizada contra um governo que tem
ameaçado o país com projetos irresponsáveis do ponto de vista da
democracia, trágicos do ponto do plano econômico e temerários na esfera
social.
Incapaz de responder a qualquer problema importante, a política
econômica do governo Bolsonaro-Paulo Guedes é definida como suicida por
economistas insuspeitos da mais leve simpatia pelos governos Lula-Dilma.
Sua política externa é marcada por uma vergonhosa subordinação aos
interesses do império norte-americano, num grau que recorda o período
histórico anterior à soberania das nações e à constituição dos Estados
Nacionais.
Sua visão de sociedade pode ser resumida por um projeto de reforma da
Previdência que pretende entregar o destino de nossos velhinhos e
velhinhas, protegidos por um embrião de Estado de bem-estar social, às
roletas do cassino financeiro que administra o capitalismo mundial.
Neste ambiente de escombro político, tragédia econômica e flagelo
social, o programa de Jair Bolsonaro e seu segundo ministro da Educação
em três meses consegue mostrar-se particularmente ruinoso.
Num país que por vários séculos foi proibido pelos colonizadores de
ter uma universidade, sua orientação, tosca e improvisada, não passa de
uma deliberada guerra de extermínio conduzida por um guru sem curso
superior e falsa erudição, mal disfarçados por uma obscenidade
permanente.
Aqui, projetos destrutivos se misturam a demonstrações escancaradas
de truculência e ignorância sobre a função real das universidades
públicas no desenvolvimento do país. Sua receita combina o desprezo pela
formação científica da juventude a um só esforço permanente pela
supressão da liberdade de mestres e estudantes.
Numa nação ainda dispersa e ainda desorientada após uma derrota
devastadora na eleição presidencial, amanhã é dia do país caminhar para
um novo ponto de encontro e abrir outra perspectiva para o país.
Alguma dúvida?
Fonte Brasil 247
Rumo à greve geral da classe trabalhadora contra o desmonte da aposentadoria e contra os cortes de investimentos na educação básica e superior.
GREVE NACIONAL DA EDUCAÇÃO EM 15 DE MAIO
Rumo à greve geral da classe trabalhadora contra o desmonte da aposentadoria e contra os cortes de investimentos na educação básica e superior.
ATO PÚBLICO ÀS 14 HORAS NA PRAÇA ALENCASTRO. (Cuiabá-MT)