Escancarada a crise do golpe e da cultura capital, a Corte Suprema tem também o desafio de se libertar da presunção de que a política é corrupta, algo tão real quanto a presunção de que o STF sempre foi um grande balcão de negócios.
Golpe é golpe, seja com tanque ou caneta, como diz o ex-ministro da
Justiça José Eduardo Cardozo. Pouco importa que o político Romero Jucá o
trate apenas por “grande acordo nacional” com Supremo, com tudo. Se
“tudo” inclui as covardes Forças Armadas – que nem nacionalistas são
(exceções silentes?). Golpe é golpe, ainda que calhordas o tratem pela
lógica elementar do “juridiquês”, e dê o nome oficial de impeachment.
Dilma caiu porque houve votos, Lula é condenado porque tem sentença,
Bozo é presidente porque teve votos. Tudo com fraude!
O golpe está em crise existencial porque ator pornô não iria
combinar mesmo com o azul e rosa da ministra que já viu Jesus na
goiabeira. O mesmo Jesus que pode não ter deixado Janot matar Gilmar
Mendes, mas não impediu que procuradores da República tripudiassem da
morte da mulher e do neto do Presidente Lula. Escapou aos olhos de Jesus
a queda do avião de Teori Zavascki e as falcatruas do Marreco de
Maringá – o qual levou Lula sem provas para a cadeia, desempregou
milhões de brasileiros, carrega nas costas cadáveres até de um reitor
que foi impedido de entrar numa universidade…
Não, leitor. Não se sinta agredido em sua fé. Posso concluir que
Jesus nada tenha a ver com isso, que tudo é consequência do naufrágio do
capitalismo mundial, que sem resposta às questões sociais, promove
golpes.
Não sei quem nasceu primeiro, se a ganância ou capitalismo. Talvez
isso seja apenas variação sobre o mesmo tema. O capitalismo em sentido
absoluto vive da ganância, da estimulação ao consumo ainda que por vezes
desnecessário, e que muitos adoeçam, se pervertam, se marginalizem
impedidos de consumir. Ainda que, se para ser é preciso ter, muitos se
lancem à aventura do ter, mesmo que fora da lei: seja na rua escura, na
bolsa de valores ou sonegando impostos.
Mas, se o capitalismo é o sistema que prosperou no mundo, mesmo que
para poucos, é dele que, paradoxalmente se espera resposta. Quem cria a
crise não tem solução para ela?
Golpe é pró ou contra o capital. Como o capital não pode ser
responsabilizado, é preciso criminalizar a ameaça ao capital mundo
afora. O capital tem medo de voto. Recorre a ele para alternar o poder
entre seus detentores. Faz concessão fora dos seus quadros para quem tem
votos, mas com prazo de validade. No Brasil, é como se o prazo
concedido a Lula tivesse perdido a validade.
O capital traz a raiz da corrupção e, portanto, não é ela que
incomoda o capital. A corrupção é boa quando lubrifica economias, no
dizer pretensamente crítico da OCDE. Às vezes, corrupção e capital
precisam ser limpinhos e cheirosos, mesmo só de aparência, como na Suíça
que guarda grande parte do dinheiro roubado no mundo, inclusive de boa
parte da elite brasileira. A corrupção só é ruim quando configura ameaça
a própria corrupção capital. É isso que está em jogo.
Corrupção e moralidade, no Brasil, são desculpas esfarrapadas. Lula é
conflito capital: por ter votos, precisa ter sua imagem destruída, ser
preso se necessário, como o foi, para dar suporte à fraude eleitoral de
2018. Eis a razão pela qual Lula está preso.
A crise do capital está exposta no mundo. Como não se pode discutir
os males do capital, é preciso culpados, apelar para saudosismo e
valores sociais ultrapassados. Deus não protege o capital ou distribui
riquezas quando mulheres violam a bíblia, homossexuais subvertem
famílias, inferiores desafiam a autoridade. Fantasias e realidade
misturam alhos e bugalhos, criminalidade, desemprego. O importante é
discutir cocô dia sim dia não, jovens que não sabem lavar o pênis, se
conge é com gê ou com jota.
A crise existencial do golpe está na Suprema Corte, cujo conflito
sempre foi tentar manter as aparências do próprio golpe. Para ela, ter
votos de parlamentar, ter sentença (mesmo viciada), ter voto popular
(fraudado), ter um “presidente” ajudou a manter aparências.
Mais que isso, o STF se deu por satisfeito ao votar conforme a
opinião pública, formada pelo Marreco de Maringá e seus asseclas, em
conluio com a mídia. A Corte aceitou os demônios fabricados por
salvadores da Pátria messiânicos, mesmo que encarnados em fedelhos da
Farsa Jato. Não faltaram cabelos brancos, como disse um certo Aras. O
que faltou foi vergonha, dignidade, patriotismo, empatia social,
compromisso com uma sociedade democrática e justa.
Fato: o Ministério Público Federal se converteu num covil de
criminosos (exceções à parte). Depois de fraudar processo, sonegar
direitos de Lula, finge zelo e imparcialidade ao “interceder” em favor
deste.
O mesmo MPF que matou biografias, hoje assaca ministros do STF, cujo
desafio é votar conforme a Constituição ou preservar aparências,
ratificando patifarias. Verdade na rua, o Marreco de Maringá
desmoralizado mundo afora, já não dá pra fingir legalidade, criar
gambiarras jurídicas para manter Lula preso. Vai aplicar a lei ou
escrever novo capítulo no Direito Penal do Lula, sobre o qual descrevi
neste GGN? [aqui]
Escancarada a crise do golpe e da cultura capital, a Corte Suprema
tem também o desafio de se libertar da presunção de que a política é
corrupta, algo tão real quanto a presunção de que o STF sempre foi um
grande balcão de negócios. Pode, porém, presumir ser correta nem uma
coisa nem outra. A Constituição não prevê presunção de culpa e sim de
inocência. Políticos e juízes têm histórias, biografias e nomes a zelar.
Soa estúpido que o STF, em detrimento da presunção de inocência e
falta de provas, movido pela presunção de culpa aceite que Lula, o
“chefe da maior quadrilha do país”, tenha se vendido por pedalinhos, um
apartamento numa praia brega que “só olhou”, uma reforminha num sítio.
Tudo muito aquém do patrimônio de qualquer magistrado daquela Corte.
O Ministério Público caiu na lama e puxa o STF. Deixou uma herança
maldita para a Corte: má-fé, conivência, promiscuidade, alinhamento
absoluto ao fascismo e a selvageria capital em detrimento da miséria do
povo brasileiro. A Corte precisa se desvencilhar não só dessa herança,
mas também da pressão popular fabricada pela Farsa Jato e dos conselhos
de um general quase moribundo. Precisa, sobretudo, optar pela lei e pelo
justo. É o que se espera.
*Armando Rodrigues Coelho Neto – jornalista, delegado aposentado da Polícia Federal e ex-integrante da Interpol em São Paulo.
No mar conservador do segmento evangélico, o pastor Henrique Vieira é
quase uma ilha. Mas faz questão de dizer que não está sozinho: “Nem
todo evangélico é conservador”, diz.
Progressista, faz parte de uma tradição cristã popular no Brasil vinculada à defesa dos pobres e oprimidos.
Professor de História, militante dos Direitos Humanos e colunista do
coletivo Mídia Ninja, o pastor se tornou um influenciador digital pela
força das redes sociais. É visto com frequência ao lado de artistas
famosos ou em programas na televisão.
Henrique Vieira também é ator. Ele participou do filme Marighella, o
aguardado longa-metragem dirigido por Wagner Moura que conta a história
do guerrilheiro baiano Carlos Marighella, morto pela ditadura militar. O
longa já conquistou prêmios no exterior e vem enfrentando boicote de
empresas para ser exibido no Brasil.
Em passagem recente por Natal (RN) para participar da 2ª edição do
Encontro Estadual da Juventude Comprometida com a Luta, onde lançou o
livro “O amor como revolução”, o pastor Henrique Vieira conversou com a agência Saiba Mais sobre o amor, o Brasil, política e religião.
Agência Saiba Mais: O que você defende no livro “O amor como revolução?”
Henrique Vieira: No livro eu defendo que o amor é
mais que um sentimento, é uma atitude política, ética, afetiva e efetiva
que nos humaniza, que nos vincula ao próximo e que enfrenta toda e
qualquer forma de opressão e de violência.
Então, o amor não é passivo, submisso, quieto. O amor é aquele
impulso que nos humaniza, nos conscientiza e nos compromete com a vida
plena para todas as pessoas. Nesse sentido o amor é sempre um
dispositivo revolucionário.
Há espaço para a religião na política num estado laico como o Brasil ?
Religião e política necessariamente se relacionam, porque não há como separar isso na vida de um indivíduo.
A gente tem que zelar para que o Estado seja laico e para que as
religiões tenham um compromisso com o bem comum, com a diversidade, com a
promoção da paz, com o respeito à pluralidade de crença. O ser
religioso necessariamente é um ser político porque todo ser humano é
necessariamente político.
A questão está na qualidade e na característica desta relação entre
religião e política. O que a gente vê hoje no Brasil é o uso da religião
como projeto de poder e de domínio. Isso é nefasto e antidemocrático.
Eu prefiro pensar a experiência religiosa tendo compromisso político,
não no sentido de projeto de poder, mas sim na promoção da paz, do bem
comum e da Justiça.
Como você interpreta o aceno do presidente Jair Bolsonaro para o segmento evangélico ?
O presidente age fisiologicamente. Ele se aproxima do segmento
evangélico porque vê ali capital político e base eleitoral. Existe uma
maioria conservadora no campo evangélico que tende a apoiar o
presidente. O campo evangélico é plural e não pode ser generalizado.
A relação do presidente com a Bíblia, com o evangelho, nitidamente é a
relação de quem usa para benefício próprio, quem distorce para se
autopromover, falta ali consistência, sinceridade, relação verdadeira
com o evangelho. Me parece um uso distorcido, eleitoreiro, visando o
próprio poder.
Jair Bolsonaro se diz cristão, mas faz a defesa do uso de
armas, do assassinato de opositores e até da tortura. Mesmo assim, ele
se elegeu presidente da República com o voto de milhares de cristãos,
especialmente do segmento evangélico. Como explicar para essas pessoas
que Bolsonaro não é o que ele diz ser ?
Inegavelmente a base evangélica está nas periferias, nas favelas,
junto com o povo trabalhador, e isso precisa ser compreendido. E de fato
a esquerda precisa ter a capacidade de dialogar com o povo, de estar
junto ao povo nas lutas cotidianas.
E qualquer projeto popular no Brasil, na América Latina, precisa
considerar a importância da dimensão religiosa no dia-a-dia do povo.
Tratar isso com respeito, com seriedade, com capacidade de escuta é
fundamental para a esquerda ter um projeto efetivamente popular para o
Brasil.
O prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella pediu o
recolhimento de livros com temáticas LGBTQ na bienal do livro do Rio,
num flagrante ato de censura ratificado pelo Tribunal de Justiça do Rio.
Qual sua opinião sobre esse episódio e, com base na reação da
população, que lição dá pra extrair desse caso ?
Sem dúvida foi um ato de censura, de preconceito do prefeito do Rio
de Janeiro e da instância judicial que acolheu o pedido dele. Mas ali eu
vejo um ato de censura, de preconceito, de LGBTfobia, de desrespeito à
democracia e à liberdade.
A reação das pessoas que frequentam a Bienal foi muito positiva.
Temos que fazer o debate e enfrentar a lógica da censura e do
preconceito mobilizando cada vez mais o povo para uma cultura de
respeito, uma cultura de liberdade, uma cultura de democracia.
E também demonstrar toda a hipocrisia do prefeito e dessa moral que
não está efetivamente preocupada com a vida, com a infância, com a
adolescência… é uma moral morta, mórbida, indiferente, insensível de
pessoas cheias de poder, mas sem efetiva sensibilidade de coração.
É preciso conversar com o povo nesse sentido e explicar que o
prefeito não teve preocupação alguma com a infância ou com a
adolescência, que ali foi mero preconceito, um ato de arbitrariedade, de
censura e de desrespeito.
Você é bastante popular na internet e aparece quase sempre ao
lado de pessoas também conhecidas do grande público. Muito se tem
falado da internet, e principalmente das redes sociais, como algo ruim,
espaço de agressões e linchamentos virtuais. Qual a sua visão a respeito
dessa exposição e do poder das redes nos dias de hoje ?
As redes sociais podem ser usadas para coisas boas e coisas ruins. Eu
procuro usar a influência que tenho para compartilhar um conteúdo
relevante, vinculado ao evangelho de Jesus, o compromisso com os pobres e
os oprimidos, para enfrentar a narrativa fundamentalista. Então eu uso
as redes sociais com esse intuito e esse objetivo. Mas sempre na relação
rede e rua.
As redes são importantes, mas nada substitui o debate presencial, o
encontro com o povo. Eu caminho por escolas públicas, movimentos
populares, igrejas, sempre buscando estar em espaços coletivos de
resistência, de militância, de luta por uma sociedade justa, solidária e
fraterna.
Então, redes usadas com responsabilidade e os pés na rua onde o povo luta por direitos, por cidadania, por vida plena.
Você já foi vítimas de fake news ? Como rebatê-las ?
Já fui vítima e sou vítima de haters, ataque de ódio, difamações
assim, comentários… procuro sempre responder de maneira elegante,
educada, e mantendo o foco de um discurso afetivo voltado para o coração
das pessoas, para promover a paz.
Você participou do filme Marighella. Como foi a experiência no cinema ? Já fez outros papeis ? Pretende seguir carreira ?
Sim, eu fiz Marighella, meu papel foi um frei dominicano. Foi uma
experiência incrível, um elenco maravilhoso. O Wagner Moura é um diretor
brilhante e muito generoso. Marighella é um filme que trata da
resistência do passado, mas também da resistência do tempo presente. Um
filme muito relevante, impressionante, muito bem feito e que certamente
vai gerar um bom debate em nosso país.
E pretende seguir carreira no campo da cultura ?
Sou ator e pretendo seguir carreira tanto no teatro como no cinema. Sou muito apaixonado pela arte e por ser ator.
Como é ser um pastor progressista num segmento tão conservador como o evangélico ?
Ser um pastor progressista é um desafio, mas eu sempre digo que não
estou só. Faço parte de uma tradição cristã, popular, progressista
vinculada à defesa dos oprimidos, da Justiça social, da democracia,
então eu não me sinto sozinho e minha tarefa é sempre dar visibilidade
ao campo do qual faço parte. É desafiador, mas sozinho eu não estou.
Há aí uma tremenda ruptura filosófica: nas esferas moral e política desaparece a relação da parte com o todo. Do indivíduo com a sociedade. Se isso desaparece, não há mais juízos morais minimamente razoáveis e a política se transforma em exercício de poder sem limites quando convém.
Em 1947, uma aprazível localidade suíça, Mont Pelerin, abrigou uma
reunião que afetou profundamente o rumo do nosso tempo. Somos todos
hoje, de um ou de outro modo, prisioneiros de Mont Pelerin. Ali se
iniciou a brutal trajetória do neoliberalismo.
O encontro foi organizado pelo economista austríaco Friedrich Hayek, que poucos anos antes publicara O caminho da servidão.
Os conceitos da obra foram a tônica da reunião de Mont Pelerin. Nela,
estavam presentes Ludwig von Mises, Milton Friedman, Karl Popper, entre
outros campões do liberalismo. A partir dali, fundada a Mont Pelerin
Society, uma extensa profusão de trabalhos se difundiu mundialmente.
Demoraria algumas décadas para que a teoria fosse testada em um
“laboratório”, o Chile de Pinochet. Mais alguns anos, Thatcher e Reagan a
puseram no centro do poder mundial.
Ambos logo trataram de deixar claro que tipo de liberdade estava
associada ao “liberal” da expressão neoliberalismo. A primeira, com o
enfrentamento da greve dos mineiros, que desarticulou e paralisou o
movimento sindical inglês. O segundo, com a reação à greve dos
controladores de voo, demitindo 11 mil grevistas e banindo-os do serviço
público. Nesses dois episódios, o neoliberalismo mostrou seu cartão de
visitas.
O neoliberalismo é um fenômeno multifacetado. Não se trata de mais
uma entre outras doutrinas econômicas porque, para além da economia,
atinge aspectos da existência. É uma ruptura profunda que precisa
alcançar a consciência das pessoas para que vingue como doutrina
econômica. Nesse aspecto, há uma semelhança com o fascismo, que se
legitimar buscando e obtendo apoio de massa e, quiçá, podem andar
juntos, como no Chile de Pinochet.
A doutrina estritamente econômica é bem conhecida. Desregulamentação,
privatizações, diminuição do papel do Estado, revogação de direitos ou
obstáculos a direitos.
Mas é uma ruptura profunda porque implica uma base filosófica moral
para reconfigurar as relações sociais. Fazer de virtudes defeitos e de
defeitos virtudes.
George Monbiot, acadêmico britânico e colunista do The Guardian, em
texto lapidar, fez uma síntese disto. O neoliberalismo é “uma tentativa
consciente de remodelar a vida humana e alterar o foco do poder”.
Nele, prossegue Monbiot, a concorrência passa a ser a característica
definidora das relações humanas. Organizações de trabalhadores são
distorções do mercado, que impedem a formação de uma hierarquia natural
de vencedores e perdedores. A desigualdade é uma virtude. O
igualitarismo é moralmente corrosivo. Rico é quem merece ser rico,
desconsideradas educação e origem social. Pobres são pobres porque,
ineptos, fracassaram: “em um mundo governado pela competição, aqueles
que ficam para trás são tidos e autodefinidos como perdedores”.
Nesse mundo de indivíduos isolados e competidores, mundo da
hierarquia natural de vencedores e perdedores, compreende-se a frase de
Margaret Thatcher, uma síntese cabal do neoliberalismo: “mas o que é a
sociedade? Não existe esta coisa. O que existe são homens e mulheres,
indivíduos e famílias”.
Há aí uma tremenda ruptura filosófica: nas esferas moral e política
desaparece a relação da parte com o todo. Do indivíduo com a sociedade.
Se isso desaparece, não há mais juízos morais minimamente razoáveis e a
política se transforma em exercício de poder sem limites quando convém.
Tudo se passa como no estado de natureza de Hobbes, uma luta
desenfreada de todos contra todos, de indivíduos atomizados. Hobbes
supôs esse estado de natureza para construir uma teoria da sociedade
politicamente organizada, que seria exatamente a relação da parte com o
todo, representado pelo soberano. O neoliberalismo resgata o estado de
natureza de Hobbes e congela a existência humana nele. Usando uma
expressão de Marx, indivíduos são mônadas dobradas sobre si mesmas.
Competem, os mais fortes vencem e não pode haver solidariedade social. A
solidariedade é moralmente corrosiva.
São visíveis várias consequências do neoliberalismo. Na esfera
econômica estão à nossa volta, comprometem nossas existências materiais,
pauperizam a massa, tornam possível uma acumulação desenfreada,
particularmente do capital financeiro. Mas há aspectos velados,
consequências ocultas que somente agora podemos começar a vislumbrar.
Nessa remodelação da existência humana em que a meritocracia substitui a
solidariedade e fica internalizada a ideia de uma competição entre
indivíduos, o desvalor da solidariedade, abre-se um buraco na alma.
O filósofo italiano Franco Berardi afirma que “não pode ser acaso o
fato de que nos últimos 40 anos o suicídio tenha crescido enormemente
(em particular entre os jovens). Segundo a Organização Mundial de Saúde,
trata-se de um aumento de 60%. É enorme. Trata-se de um dado
impressionante, que precisa ser explicado em termos psicológicos e
também em termos sociais”.
Berardi, ao constatar esse quadro, perguntou-se: o que aconteceu nos
últimos 40 anos? Por que as pessoas, justo nesses 40 anos, se suicidaram
mais do que em outro tempo? O período coincide com a hegemonia do
neoliberalismo. Ele encontrou duas explicações: uma delas expressa na
frase de Tatcher negando o conceito de sociedade, reduzindo a existência
a relações entre empresas em incessante competição, em guerra
permanente; outra, a relação entre os sujeitos sociais ter perdido a
corporeidade. A comunicação tornou-se funcional, econômica, competitiva.
Conclui: “o neoliberalismo foi, em minha opinião, um incentivo maciço
ao suicídio. O neoliberalismo – mais a mediatização das relações sociais
– produziu um efeito de fragilização psíquica e de agressividade
econômica claramente perigosa e no limite do suicídio”.
A solução final dos nazistas, que desencadeou o holocausto, foi
planejada em 1942 em uma reunião no subúrbio berlinense do Wansee. Em
Mont Pelerin, em 1947, uma reunião planejou outra solução final: o
genocídio de almas. Essa visão de mundo neoliberal é dominante nos
grandes meios de comunicação no Brasil. A maioria esmagadora dos
formadores de opinião, colunistas de jornais, editoriais, tem traços –
nítidos por vezes, subjacentes outras vezes – de conceitos próprios do
neoliberalismo. Isso, em boa parte, explica o fenômeno absurdo da
“normalização” da loucura moral de Bolsonaro.
Quem, afinal de contas, está a serviço ou usufrui dos interesses
protegidos pelo neoliberalismo e tem sua consciência forjada por ele,
não se sentia assim tão desconfortável com a ruptura das virtudes
públicas expressa no discurso do candidato. De algum modo havia uma
projeção do que o neoliberalismo internaliza naquilo que ele
representava ou na rejeição do que ele rejeitava.
O mundo adoeceu de neoliberalismo. O fator Bolsonaro
faz o Brasil adoecer mais. Começam a surgir depoimentos de médicos,
psiquiatras, cardiologistas e psicanalistas relatando um impressionante
aumento de casos de ansiedade, transtornos psíquicos, depressão ou de
certos sintomas físicos relacionados com a esfera mental.
Artigo de Eliane Brum trouxe alguns desses depoimentos. Psicanalista
de São Paulo acredita que o adoecimento do Brasil de 2019 expressa a
radicalização da impotência. Afirma que as pessoas não sabem como reagir
à quebra do pacto civilizatório representada pela eleição de uma figura
violenta como Bolsonaro, que prega a violência e violenta a população
todos os dias. Alia-se a grupos criminosos, desmatadores e grileiros na
Amazônia, mente compulsivamente. Sentem-se impotentes diante de uma
força que atropela e esmaga sem vislumbrar algo que detenha isto tudo.
Outro depoimento trazido por Brum é lapidar: “não é que estamos
vivendo o mal-estar na civilização. Isso sempre houve. A questão é que,
para ter mal-estar é preciso civilização. E hoje, o que está em jogo, é a
própria civilização. Isso não é da ordem do mal-estar, mas da ordem do
horror. ”
São rupturas morais que adoecem a alma. Internalizada a visão de
mundo do neoliberalismo, por exemplo, o equilíbrio da consciência é
rompido porque nossa constituição abriga valores próprios do gregário,
da sociabilidade. Surge uma cisão na alma porque o que está na base do
impulso civilizatório perde seu lugar na ordem das coisas. O aumento no
número de suicídios é a prova empírica dessa patologia social. O
capitalismo chega, enfim, ao momento em que, para bater nossa carteira
material, bate também nossa carteira espiritual.
MARCIO SOTELO FELIPPE é advogado, mestre em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela USP. Foi procurador-geral do Estado de São Paulo
Deixemos nossos egoísmos de lado e vamos já viver o amor em sua plenitude, querendo a felicidade de todos, dando a nossa contribuição sincera e positiva para um mundo mais solidário, onde a paz vença os conflitos.
É
uma gentileza sua ler esse texto. Gentileza tem a ver com atenção e
carinho. Nesse mundo veloz e competitivo, onde cada um pensa em si, um
gesto de gentileza nos faz reacreditar no amor, na vitória do bem e da
paz.
Seja gentil nesse mundo hostil. Sei que a vida anda difícil pra
todo mundo, a crise anda devorando nossos empregos e nossa
tranquilidade, mas sempre é possível olharmos para o outro e oferecermos
algo de bom. E, nessa troca amorosa, todos saem ganhando.
Gentileza
pode ser um presente inesperado, um favor feito com boa vontade,
respeitar a fila, ceder lugar para os idosos, cumprimentar com um
simpático bom dia, oferecer ajuda, dar passagem para o outro no
trânsito, fazer surpresas para quem você ama, visitar alguém querido,
ligar, mandar uma mensagem carinhosa, retribuir um favor, dar uma
carona, carregar as compras, preparar uma comidinha gostosa, fazer um
convite para sair, ficar com as crianças, cuidar do doente, dar um
recado, comparecer num evento importante, perdoar, ouvir o desabafo de
alguém, ter paciência, se colocar no lugar do outro, manter uma conversa
otimista, despertar a fé, dar esmola, contribuir de alguma maneira para
a felicidade de alguém.
Um gesto de gentileza sempre irá fazer bem. Bem
pra você e bem pra quem você quer ajudar. Pode parecer pouco, mas as
menores atitudes de carinho têm um significado enorme para quem as
recebe. Toda demonstração de amor é bem-vinda! Não deixe para depois o
sorriso que você pode receber neste momento. Não deixe para depois o
abraço que pode ser tão importante para a felicidade de alguém.
Doe o
seu melhor, mostrando a sua face gentil para todos que fazem parte da
sua vida. O seu dia ficará bem mais bacana assim: gentileza gera
gentileza.
E ter atitudes gentis não depende de riqueza, idade, nível
social, cor da pele, religião, orientação sexual, nada disso. Tem a ver
com a grandeza do coração, do quanto uma pessoa é capaz de amar o
próximo e se comprometer com a felicidade de quem lhe é querido, porque
entende e vive a sabedoria do mandamento “Amai-vos uns aos outros como
eu vos amei”. Isso é tudo o que Deus espera de nós!
Deixemos nossos
egoísmos de lado e vamos já viver o amor em sua plenitude, querendo a
felicidade de todos, dando a nossa contribuição sincera e positiva para
um mundo mais solidário, onde a paz vença os conflitos.
Seja gentil com
seu amor, com seus familiares, com seus amigos, com seus colegas de
trabalho, com seus vizinhos, com o porteiro do seu prédio, com os
necessitados da rua, com os seus desafetos. Seja gentil com todos!
E,
para amarmos sem distinção, o primeiro passo a ser feito é aprendermos a
nos colocarmos no lugar do outro. Todos nós somos seres humanos,
imperfeitos e cheios de erros. Estamos aqui neste mundo para praticarmos
o bem e evoluirmos espiritualmente. Vamos nos dar as mãos. Olhar para o
nosso irmão e querer que ele também seja feliz, pois, assim como eu e
você, também é um filho de Deus. Que também tem sua luta, suas
dificuldades, suas dores e suas vitórias. É alguém que, como você, busca
alegria e paz, no caos do nosso dia a dia, onde está bem difícil
mantermos o equilíbrio diante de tantos problemas como emprego, saúde,
conflitos e tudo mais que nos leva à angústia, ao medo e ao sofrimento.
Por isso, mais do que nunca, precisamos ser gentis uns com os outros.
Ame sem medidas, doe sem reservas. Somente a generosidade e a fé podem
nos trazer dias melhores e mais felizes. Aja sempre em nome do amor!
Isso já seria uma atitude bem gentil da sua parte. Tenho certeza de que
Deus ficaria contente em perceber que você sabe o que é ter gentileza.
A insanidade chegou ao ponto de que Rodrigo Janot, no meio dos entreveros com Gilmar Mendes, revelou hoje que “chegou a ir armado para uma sessão do Supremo Tribunal Federal com a intenção de matar a tiros o ministro Gilmar Mendes.”
Com robôs e humanos quase mecânicos, os minions entraram em desespero nas redes sociais.
Transformaram o Twitter numa fogueira inquisitorial com a hashtag#StfVergonhaNacional.
É provável que haja novas convocações para manifestações, cada vez mais ralas, do fundamentalismo morista.
A insanidade chegou ao ponto de que Rodrigo Janot, no meio dos
entreveros com Gilmar Mendes, revelou hoje que “chegou a ir armado para
uma sessão do Supremo Tribunal Federal com a intenção de matar a tiros o
ministro Gilmar Mendes.”
-Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele (Gilmar) e depois me suicidar, afirmou Janot.
Ele, recorde-se, era o procurador geral da República, o fiscal da lei, a ‘esperança do Brasil’ e o chefe da Lava jato….
Não existe paralelo a isso no mundo civilizado.
E não há melhor retrato da insânia de que esta gente foi tomada.
Hoje, a seita lavajatista perdeu o ímpeto.
A derrota sofrida hoje é infinitamente menor do que a que pode acontecer, adiante, quando se julgar a suspeição de Sérgio Moro.
Nenhum cuidado é pouco.
Trata-se de uma gente está mentalmente tomada pela ambição autoritária.
As notícias mais lembradas pela população sobre o governo dizem respeito ao desmatamento e queimadas na Amazônia.
Eu não tenho escrúpulos; o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde.Ex-embaixador Rubens Ricúpero, então ministro da Fazenda de Fernando
Henrique Cardoso, em conversa com o jornalista Carlos Monforte, no
estúdio da TV Globo, sem saber que estava sendo gravado, dando exemplo
sobre a repercussão da pesquisa da CNI.
Da Redação
A avaliação de Bolsonaro segue em viés de baixa, embora a
Confederação Nacional da Indústria tenha optado, em seu site, por
anunciar a popularidade do governo como “estável”.
Uma análise detalhada dos números desmente isso.
A avaliação de ruim e péssimo atingiu 34% em setembro, ante 27% em abril.
Em comparação com o governo Temer, 53% acham que o governo Bolsonaro é igual ou pior, enquanto 43% dizem que é melhor.
Agora, apenas 30% das mulheres dizem que o restante do governo Bolsonaro será ótimo ou bom.
55% não confiam pessoalmente em Bolsonaro, número que estava em 45% em abril.
A desaprovação da maneira de governar do presidente da República bateu em 50% (estava em 48%).
A avaliação do governo caiu mais entre os jovens de 16 a 24 anos de idade (o ótimo/bom de Bolsonaro passou de 32% para 24%).
É uma péssima notícia para Bolsonaro, já que os mais jovens são os
mais ativos nas redes sociais e são grandes propagadores de informações.
A aprovação de Bolsonaro por área de governo só é majoritária na segurança pública, por pequena margem, 51% a 45%.
Ele é desaprovado na educação (52% a 44%), inflação (51% a 42%), meio
ambiente (55% a 40%), saúde (58% a 38%), combate à fome e à pobreza
(57% a 38%), combate ao desemprego (59% a 36%), impostos (62% a 32%) e
taxa de juros (61% a 31%).
As notícias mais lembradas pela população sobre o governo dizem respeito ao desmatamento e queimadas na Amazônia.
No Nordeste, só 20% dizem que o governo Bolsonaro é ótimo/bom,
enquanto no Sul a aprovação despencou, em três meses, de 52% para 36% —
mas permanece acima da média nacional, de 31%.
A meses do Sínodo para a Amazônia e da conferência sobre nova economia, luta política abala o Vaticano. Papa que quer igreja sensível aos dramas do mundo; conservadores preparam campanha para difamá-lo, já de olho em sua sucessão…
Por Elena Llorente, no Página12 | Tradução: Rôney Rodrigues
A difícil situação do papado de
Francisco, no próximo Sínodo de bispos para a Amazônia que se realizará, em
outubro, no Vaticano e a situação da Venezuela, foram os principais temas que os
jornalistas estrangeiros se concentraram em um encontro realizado nesta segunda,
em Roma, com a máxima autoridade da Ordem dos Jesuítas, o Superior Geral padre
Arturo Sosa.
Nascido em Caracas, em 1948,
Arturo Marcelino Sosa Abascal foi ordenado sacerdote em 1977. Licenciado em
Filosofia e doutor em Ciências Políticas, foi professor em várias universidades
venezuelanas. Como jesuíta, entre outras coisas, foi conselheiro do Padre Geral
da ordem em Roma. Em 2016, foi o primeiro não-europeu – dos 31 sucessores de
Inácio de Loyola que fundou a Companhia de Jesus em 1540 – a ser eleito como “papa
negro”, nome que antigamente se dava a maior autoridade dos jesuítas, por seu
poder tanto na Igreja quanto fora dela e por se vestir de negro como qualquer
sacerdote – e não de branco, como um pontífice.
Em seus anos de trabalho na
Venezuela não era muito famoso. Mas na década de 1990, mais precisamente em
1992, seu nome começou a ganhar projeção quando os autores de uma tentativa de
golpe contra o presidente Carlos Andrés Pérez – entre eles, aquele que mais
tarde seria presidente da Venezuela, Hugo Chávez – pediram que o padre Sosa
atuasse como mediador. Os militares que tentaram o golpe logo se renderam e
seriam conduzidos para a prisão, mas se temia por suas vidas. Essa mediação fez
que alguns setores o acusassem de ser um “filo-chavista”.
Interrogado sobre a situação do Papa
Francisco – um jesuíta como ele – em que setores conservadores, especialmente
dos EUA, o acusam de ser muito progressista e até mesmo “comunista” e em um
contexto em que tanto dentro quanto fora do Vaticano há quem boicote suas
ações, padre Sosa disse que “há diversas opiniões”. “Não há dúvida de que há
uma luta política dentro da Igreja. Nessa luta entra um elemento, o
clericalismo, ou seja, a luta pelo poder dentro da Igreja. E não é só um ataque
ao Papa Francisco. Ele não mudará, está muito sereno diante das críticas. Mas
as críticas são também um modo de influir nas eleições do próximo papa. Papa
Francisco não é um jovenzinho e não terá o papado mais longo da história. Essas
críticas miram a sucessão”.
O Papa Francisco, disse também
padre Sosa, “é filho do Concílio Vaticano II. E como tal, coloca toda sua
energia e sua capacidade para fazer realidade o que o Vaticano II sonhou para a
Igreja. Porque essa é a verdadeira reforma da Igreja”. Padre Sosa faz
referência, com isso, ao Concílio considerado por muitos como o mais “revolucionário”
que a Igreja teve até agora, o que, entre outras coisas, enfatizava a
participação das pessoas e dos pobres, coisa que Francisco sublinhou desde o
primeiro dia de seu pontificado. “Como eu gostaria de uma Igreja pobre para os
pobres”, foi sua primeira frase diante de centenas de jornalistas que
assistiram sua primeira coletiva de imprensa poucos dias depois de ter sido
eleito papa, em março de 2013.
No povo de Deus “quem é mais
favorável ao Vaticano II, tem mais resistências. Mas há que seguir lutando.
Mais de cinquenta anos (desde aquele Concílio) não é tanto tempo”, sublinhou.
Contou, além disso, que a Companhia de Jesus, que tem cerca de 15.600 membros distribuídos
em 110 países do mundo, nos últimos anos se perguntou sobre como atuar em
tempos de Papa Francisco e adotou “quatro preferências apostólicas”, ou seja,
orientações para os próximos dez anos. Preferências que buscam “reconciliação e
justiça”. Essas preferências são: indicar o caminho até a Deus, caminhar junto
com os pobres e excluídos, ajudar os jovens a criar um futuro de esperança e
contribuir com a Casa Comum, ou seja, a forma como o Papa Francisco chama a Mãe
Terra em sua encíclica ecológica Laudato
Si. “Migrantes e refugiados” eram temas que já estava entre as prioridades
dos jesuítas, “são um desafio e como tal, não podem ser descuidados nem substituídos”.
Quanto ao próximo Sínodo para a
Amazônia que se realizará no Vaticano, em outubro, e que adquiriu particular
relevância depois dos recentes incêndios, padre Sosa contou que a Companhia de
Jesus trabalha com a Rede Pan-Amazônica, compostas por várias dioceses e
organizações religiosas de numerosos países. Os jesuítas, sobretudo, trabalham
na parte brasileira da Amazônia. “A Igreja quer oferecer soluções para a
Amazônia. A pergunta que se tratará de responder no Sínodo é como nós devemos
servir a essa comunidade e como resolver seus problemas. O Sínodo será “um
encontro pastoral para intercambiar ideias e fazer uma reflexão comum, para a
América Latina e para o mundo”, indicou padre Sosa, não sem antes destacar
também o conceito de “ecologia integral”, que compreende “todas as dimensões da
vida humana”, nos quais insiste o Instrumentum
Laboris, ou seja, o documento-base que abrirá os debates no Sínodo. “Aos
que pensam que esta é uma opção de esquerda, melhor abrirem os olhos”, comentou
o padre jesuíta.
Na Venezuela, disso sobre seus
pais, se requer “não só a mudança de governo, mas a mudança de sistema” e que
ambos sejam “produto da vontade do povo”, medidas “tomadas democraticamente”.
Falar de eleições na Venezuela “não é uma utopia porque, entre o povo
venezuelano, existe uma cultura democrática”. Mas em sua opinião, para
conseguir esses objetivos, é necessário o apoio internacional.
Correspondentes estrangeiros ressaltam discurso ultranacionalista de Jair Bolsonaro, que nega fatos comprovados como as queimadas na Amazônia. Correspondente do The Guardian, Tom Phillips, disse que diplomatas jamais imaginariam um discurso "tão arrogante, cheio de bílis e verdadeiramente calamitoso para o lugar do Brasil no mundo" . Leia repercussões
(Nova York - EUA, 24/09/2018) Presidente da República, Jair Bolsonaro,
discursa durante a abertura do Debate Geral da 74ª Sessão da Assembleia
Geral das Nações Unidas (AGNU).
O discurso do presidente Jair Bolsonaro na abertura da
Assembleia Geral das Nações Unidas provocou reações de correspondentes
estrangeiros e recebeu cobertura reativa da imprensa internacional,
chamada de mentirosa pelo líder brasileiro, apresentado como de
extrema-direita por vários veículos. As negativas de Bolsonaro sobre a
crise amazônica receberam amplo destaque, por conta das fotos de
satélite, inclusive da Nasa, que registraram o aumento dos incêndios e
desmatamento nos últimos dois meses no Brasil.
O jornal espanhol El País ressaltou o “discurso ultranacionalista” de
Bolsonaro. O diário francês Le Monde destacou o ataque dele ao líder
indígena Raoni, acusado de ser “manipulado por estrangeiros”. Washington
Post abriu matéria pelas negativas dele sobre os incêndios na Amazônia,
apesar das evidências que levaram à sua “condenação internacional” no
mês passado.
O correspondente do jornal britânico The Guardian, Tom Phillips,
mostrou surpresa no Twitter com o tom beligerante adotado pelo
presidente do Brasil. “Mesmo nos piores pesadelos, não tenho certeza de
que diplomatas brasileiros tenham imaginado um discurso de Bolsonaro na
#UNGA [Assembleia Geral das Nações Unidas] tão arrogante, tão cheio de
bílis e tão verdadeiramente calamitoso para o lugar do Brasil no mundo.
#MeDaPenaPorBrasil”, escreveu.
Outro repórter do Guardian, estabelecido no Rio de Janeiro, o
jornalista Dom Phillips, também destacou uma linha do discurso do líder
brasileiro. “Os ataques sensacionalistas que sofremos por grande parte
da mídia internacional devido aos incêndios na Amazônia despertaram
nosso sentimento patriótico”, escreveu no Twitter, reproduzindo link da
Folha.
O jornalista Vincent Beavis, correspondente do Washington Post na
Ásia e que atuou no Brasil pelo jornal americano Los Angeles Times,
também acompanhou o pronunciamento do presidente. E escreveu no Twitter:
“Agora, o mundo certamente está prestando atenção ao Brasil como um
país, talvez mais do que nunca. Mas acho que poucos membros importantes
das comunidades liberais e pró-democráticas globais gostarão de
Bolsonaro menos hoje do que ontem. Já estava muito claro quem ele é”.
A Reuters distribuiu material destacando que Bolsonaro acusou a mídia
de mentir sobre incêndios e que exige “respeito pela soberania do
Brasil”. O despacho repercutiu na imprensa europeia, asiática e do
oriente médio. O jornal americano The Wall Street Journal ressaltou o
tom “desafiador” adotado pelo presidente, que “acusa líderes globais e a
mídia de espalhar mentiras sobre a floresta tropical”.
O influente site americano The Huffington Post apontou que Bolsonaro
defendeu o desmatamento ao declarar que “a Amazônia não está sendo
devastada”. A reportagem destaca que “o presidente de extrema-direita
do Brasil (…) culpou as organizações internacionais de mídia e
ambientais por espalharem “mentiras” sobre os incêndios que assolam a
floresta amazônica durante um discurso nacionalista que abriu a
Assembléia Geral das Nações Unidas na manhã desta terça-feira”.
A Associated Press também destacou as acusações do chefe de Estado
brasileiro de que a “mídia está mentindo sobre os incêndios na
Amazônia”. O material foi replicado em mais de 2,2 mil veículos globais
nos cinco continentes. Já a France Press deu na manchete que o
presidente do Brasil “rejeitou a falácia” de que “a Amazônia pertence à
humanidade”. O texto ganhou repercussão na Ásia e Europa, sendo
reproduzido amplamente em veículos da França, como France 24, Radio
France Internationale, Le Figaro e News 24. O argentino Clarín também
destacou a denúncia da “falácia” da Amazônia, assim como o La Nación.
Reportagem da Bloomberg, com o título “Mundo deve respeitar a
soberania do Brasil na Amazônia, diz Bolsonaro”, relata que no discurso
de 30 minutos, o presidente brasileiro enfatizou que “o Brasil está se
movendo em nova direção depois de chegar à ‘beira’ do socialismo”.
A agência inglesa BBC destacou a declaração do presidente de que a
“floresta amazônica pertence ao Brasil“. No material distribuído logo
após o pronunciamento de Bolsonaro, o serviço noticioso britânico
relatou que ele adotou um tom “desafiador” perante o parlamento mundial:
“É uma falácia dizer que a Amazônia é a herança da humanidade, e um
equívoco confirmado pelos cientistas de dizer que nossas florestas
amazônicas são os pulmões do mundo”.
Entre diplomatas estrangeiros, também houve estupor com as
ameaças de Bolsonaro. O chanceler cubano Bruno Rodriguez rechaçou os
ataques do líder brasileiro no Twitter: “Eu rejeito categoricamente as
calúnias de Bolsonaro a Cuba. Ele está delirando e anseia pelos tempos
da ditadura militar. Deveria cuidar da corrupção de seu sistema de
Justiça, governo e família. É o campeão do aumento da desigualdade no
Brasil”, disse.
O Brasil é apenas um dos oito paises amazônicos, mas tem 60% da floresta. Para onde o Brasil for, o resto da floresta vai, já que ela é toda interconectada por uma gigantesca rede de rios. Isso significa que a XR, que tem sido bem sucedida em sua estratégia
de expansão, dará o próximo passo natural na campanha: propor o boicote a
produtos brasileiros.
Projeção feita na parede do hotel onde Bolsonaro está hospedado em Nova York
Infelizmente o Viomundo não tem recursos para traduzir este
vídeo. Porém, trata-se de uma palestra que faz um bom resumo das
posições que levaram um grupo considerável de ambientalistas a “romper”
com o IPCC
Da Redação
O presidente Jair Bolsonaro fará discurso nesta terça-feira 24, na
abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, sob pressão que nenhum
outro líder brasileiro enfrentou.
Antes mesmo de completar nove meses de governo, Bolsonaro tirou o
Brasil do papel central que o País exercia no debate global sobre o meio
ambiente desde a Eco 92, a conferência do clima que aconteceu no Rio de
Janeiro.
Um artigo do diário New York Times foi intitulado “Imagine Jair Bolsonaro respondendo por Ecocídio em Haia”, uma possibilidade legal aventada pelo ativista Jojo Mehta, co-fundador do grupo Stop Ecocide.
Haia, na Holanda, é sede do Tribunal Penal Internacional.
Influenciado por Donald Trump e provavelmente acreditando que
dispunha do mesmo poder de fogo e de manobra do líder norte-americano,
Bolsonaro começou desistindo de sediar a Cop-25, a conferência do clima
prevista para o Brasil que as Nações Unidas teve de transferir às
pressas para o Chile.
A conferência será em novembro. O Brasil desistiu de sediar o encontro alegando falta de dinheiro.
O infortúnio de Bolsonaro é que ele e seu entorno são extremamente desinformados sobre a conjuntura mundial.
No mundo de hoje, mesmo às vezes contra suas convicções, um governo
tem de ser suficientemente maleável para defender mercados e abrir mão
de algumas ideias se estão em jogo interesses econômicos de longo prazo.
Porém, o guru do governo Bolsonaro, o autointitulado filósofo e
ex-astrólogo Olavo de Carvalho, baseado em Arlington, Virginia, é um
especialista em questões anais.
O chanceler do governo, Ernesto Araújo, balbucia discursos desconexos
sobre um certo “climatismo”, que mesmo um colunista do diário mainstream dos Estados Unidos, o Washington Post, classificou de — no popular — encheção de linguiça.
O discurso de Araújo, há alguns dias, foi num dos templos do
conservadorismo dos Estados Unidos, a Heritage Foundation. Causou
péssima impressão, pois ele não disse lé com cré.
Enquanto isso, em Londres, em maio de 2018, havia sido formalizada a
criação de um grupo que tem tido grande influência no debate sobre as
questões do clima desde então: o Extinction Rebellion, ou Rebelião da Extinção, ou XR para os íntimos.
O grupo de Ação Direta ou de Desobediência Civil, como queiram, se inspira nas ações de Gandhi e de Martin Luther King.
Dentre os fundadores estão Roger Hallam, um ambientalista britânico,
Gail Bradbrook, uma doutora em biofísica molecular, e o agitador Simon
Bramwell, além de muitos outros.
Gail, como se vê no vídeo acima, é uma espécie de porta-voz do grupo por causa de sua formação científica.
A XR nasceu de questionamentos ao IPCC, o Painel Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas, criado pelas Nações Unidas em 1988.
O painel é formado por grupos de trabalho, uma força de trabalho e uma unidade de apoio técnico.
A crítica é que, sob crescente pressão política de governos e grupos
econômicos importantes, o IPCC foi diluindo o trabalho puramente
científico e buscando um consenso que inclui economistas e políticos que
acaba atrasando o alerta necessário sobre a crise do clima.
Com isso, governos ganham tempo para utilizar recursos que aprofundam
a crise, com projetos de longo prazo para torrar carvão mineral,
petróleo e manter em funcionamento usinas nucleares.
Medidas para proteger florestas tropicais são adiadas, quando não
completamente desconhecidas — no caso do governo Bolsonaro, há planos
para implantar hidrelétricas, rodovias, fazer mineração em terras
indígenas, legalizar o garimpo e ocupar a Amazônia praticamente nos
mesmo moldes do que já foi feito em Rondônia ou no Sul do Pará.
O bolsonarismo, por sua vez, argumenta que a ONU representa um
projeto de globalismo, ou seja, pretende restringir a soberania
brasileira usando ONGs, movimentos sociais e a igreja Católica, dentre
outros.
Também argumenta que não é justo que o Brasil deixe de desenvolver a
Amazônia depois que os Estados Unidos, por exemplo, praticamente
dizimaram sua população indígena e devastaram o meio ambiente.
Com razão, aponta para o fato de que o Brasil está longe de ser o
maior produtor de gás carbônico do mundo — os EUA seguem sendo
disparadamente o maior vilão.
Por outro lado, Jair Bolsonaro pretende desconhecer a montanha de
evidências científicas que se acumula sobre o aquecimento global, parte
dela produzida por cientistas brasileiros.
A conjuntura, infelizmente para o Brasil, mudou.
Mesmo o cidadão comum reconhece que, como os cientistas vinham
alertando, temos vivido extremos de frio e calor inusitados e
tempestades de intensidade inesperada.
A justificativa dos cientistas ligados à XR para o “modo de alerta”
que assumiram nos últimos meses é de que os modelos do IPCC estão se
mostrando, na prática, muito conservadores.
O maior exemplo está na observação, feita sempre em setembro, sobre a camada de gelo que derrete no Ártico.
O gráfico acima mostra: a linha em vermelho registra as observações REAIS.
A linha mais escura mostra a mediana dos modelos projetados pelo IPCC.
As observações foram confirmadas pela NASA, a agência espacial dos
Estados Unidos, já para setembro de 2019: registrou-se empate no segundo
índice mais alto de degelo da História.
O que argumentam os cientistas ligados à XR?
Que por algum motivo ainda não exatamente esclarecido os efeitos do
aquecimento global estão se autoalimentando e acelerando a partir de
determinado patamar.
Daí a emergência.
Os editores do diário britânico esquerdista Guardian foram convencidos, e passaram a usar o termo “emergência climática” em seus textos.
A turma da XR, como se vê na palestra de Gail, quer ação imediata: emissões zero a partir de 2025.
Faz previsões catastróficas: um aquecimento global, em média, de 3,2 graus celsius ao longo da vida das crianças de hoje.
Desertificação e colapso da produção agrícola em algumas regiões, por causa da mudança do regime de ventos e chuvas.
No Brasil, sabemos que as chuvas que abastecem o Sudeste se originam na Amazônia.
Se este regime de chuvas for alterado de maneira significativa, o agronegócio brasileiro poderá sofrer perdas bilionárias.
Toda a infraestrutura para transporte de grãos para exportação, por exemplo, teria de ser alterada em curto espaço de tempo.
A turma da XR prevê 200 milhões de migrantes até o ano de 2050, por causa das mudanças climáticas.
Para desgraça do Brasil, a XR já escolheu Bolsonaro como um dos
vilões do clima, dada a importância da Amazônia para absorver gás
carbônico.
O Brasil é apenas um dos oito paises amazônicos, mas tem 60% da floresta.
Para onde o Brasil for, o resto da floresta vai, já que ela é toda interconectada por uma gigantesca rede de rios.
Isso significa que a XR, que tem sido bem sucedida em sua estratégia
de expansão, dará o próximo passo natural na campanha: propor o boicote a
produtos brasileiros.
Justamente num momento em que a adolescente sueca Greta Thunberg, de
16 anos de idade, mobiliza milhões de adolescentes e crianças nas ruas e
pelas redes sociais.
Em Nova York, o pessoal da XR se juntou a outros grupos para protestar contra Bolsonaro.
Participou da carta enviada ao secretário-geral da ONU, protestando
contra a presença do presidente brasileiro na ONU (ver no pé do post).
Bolsonaro até agora não demonstrou preocupação pública com os protestos.
Na noite da segunda-feira, deixou o hotel Intercontinental Barclay,
em Nova York — diária de R$ 2.500 para um quarto simples — vestindo um
colar que teria ganhado de presente da indígena youtuber Ysani Kalapalo.
Por cartazes vistos em Nova York nos últimos dias, o boicote a produtos brasileiros pode mobilizar ativistas num futuro próximo.
A ligação entre o hambúrguer consumido pelos norte-americanos e o
corte de árvores para a abertura de pastagens na Amazônia, ainda que não
corresponda 100% à realidade, apela ao imaginário dos consumidores
estadunidenses.
O boicote foi defendido por Maria Luisa Mendonça, diretora da Network
for Social Justice and Human Rights no Brasil, numa entrevista ao Democracy Now (ver abaixo).
O Democracy Now é um canal extremamente popular entre ativistas dos Estados Unidos.
Maria Luisa ligou Bolsonaro diretamente aos grandes interesses
econômicos dos produtores de carne, soja, cana de açúcar e madeira —
produtos que, portanto, para ela deveriam encabeçar a lista do boicote.
Nós, os signatários desta carta, representamos uma coalizão muito
ampla de organizações da sociedade civil e indivíduos preocupados de
vários setores da academia, empresas e governo.
Estamos escrevendo para expressar nossa indignação ao fato da 74ª
Assembléia Geral das Nações Unidas de 2019, com dedicação especial à
Cúpula de Ação Climática, ser inaugurada por Jaír Bolsonaro, Presidente
do Brasil, um negador da mudança climática que, durante o curto período
de sua presidência, supervisionou a destruição sem precedentes da
Amazônia e a rápida reversão de décadas de tentativa de progresso
ambiental e de direitos humanos na região.
A Amazônia é predominantemente um patrimônio brasileiro, lar de mais de um milhão de indígenas e também um patrimônio mundial.
O ataque à Amazônia e seus habitantes viola vários princípios básicos
que hoje determinam algumas das diretrizes mais proeminentes das Nações
Unidas: a necessidade de ação climática, inclusão, diversidade e ao
mesmo tempo reverter os ganhos sociais do último meio século em relação à
equidade e inclusão.
Nós, abaixo-assinados, exortamos a V. Exa. a assumir uma posição de
princípio e necessária condenando Bolsonaro e suas ações. Pedimos a V.
Exa. que, como Secretário-Geral, repreenda Bolsonaro formalmente.
Recentemente, os incêndios na Amazônia chamaram a atenção do mundo,
mas as manchetes não retratam toda a extensão da catástrofe ambiental e
dos direitos humanos na região.
Na atual taxa de desmatamento da floresta amazônica (equivalente a um
campo e meio de futebol a cada minuto), os cientistas alertam que em
breve chegaremos a um “ponto de inflexão” sem retorno.
Os recentes e bem documentados casos de violência que visam deslocar
as comunidades indígenas da região são alarmantes e fazem parte de uma
tendência crescente.
Esses casos foram recebidos pelo governo brasileiro com impunidade.
A situação na Amazônia, os incêndios, o desmatamento, o deslocamento
forçado das comunidades indígenas ameaçam fundamentalmente o ecossistema
e seus habitantes.
Isso já impactou diretamente os países vizinhos e é, obviamente, uma
ameaça planetária, pois a capacidade da Amazônia de absorver carbono é
crucial para mitigar as mudanças climáticas.
A atual aceleração na destruição da Amazônia é o resultado de uma
atividade humana deliberada e concertada, diretamente encorajada pelo
governo de Bolsonaro.
Cientistas e organizações da sociedade civil como a APIB (Articulação
dos Povos Indígenas no Brasil) vêm alertando há meses que as políticas
arbitrárias do governo Bolsonaro teriam impactos desastrosos.
O governo de Bolsonaro retirou, de forma radical, o financiamento das
agências de proteção ambiental e indígena. Ele nomeou como Ministro do
Meio Ambiente outro negador da mudança climática, que foi acusado de
conduta criminal.
Não se retirou do Acordo de Paris apenas devido à pressão nacional e
internacional, mas parou efetivamente de cumprir os seus termos.
Substituiu todo o conselho da única agência ambiental autônoma do Brasil por policiais da Polícia Militar.
Deu um “sinal verde” ao desmatamento e apropriação ilegal de terras
para aqueles que destruiriam a maior floresta tropical remanescente do
mundo.
Diante de fatos, o regime Bolsonaro respondeu com teorias da conspiração e tentou silenciar os dissidentes.
No mês passado, o principal cientista do Brasil, Ricardo Galvão,
diretor do INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial) foi demitido
por divulgar imagens de satélite, evidências científicas, do rápido
desmatamento em 2019.
O próprio Bolsonaro acusou repetidamente ONGs e povos indígenas pelos
incêndios, dando ainda mais o aval à onda de violência contra os
habitantes da Amazônia e aqueles que a defendem.
Mais de 40% da floresta queimada até agora estava em terras públicas
e, no entanto, Bolsonaro recusou generosa ajuda dos países do G7 para
controlar os incêndios.
Simplesmente não podemos ficar parados e deixar que essa catástrofe se desdobre.
Reconhecemos que, solicitando que V. Exa. formalmente repreenda o
presidente do Brasil, estamos pedindo algo sem precedentes e não fazemos
essa solicitação sem gravidade.
No entanto, as Nações Unidas e, em particular, o recém-eleito
Presidente da ONU, Muhammad-Bande, se comprometeram com a promoção de
“Paz e segurança, erradicação da pobreza, fome zero, educação de
qualidade, ação climática e inclusão” no próximo ano.
Para manter a integridade desses valores, as opiniões de Bolsonaro devem ser rejeitadas completa e definitivamente.
Permitir que ele fale sem ser contestado como orador de abertura de
uma sessão dedicada à Ação Climática ridiculariza a ONU e seus órgãos.
Em maio de 2019, vários dos grupos abaixo-assinados ajudaram a
protestar contra um prêmio que Bolsonaro deveria receber na cidade de
Nova York em um prédio público que abriga o Museu Americano de História
Natural.
Vinte e cinco mil pessoas assinaram uma petição, os cientistas pressionaram, e o museu cancelou a realização da gala.
Posteriormente, foram coletadas 82 mil assinaturas em 48 horas contra o Marriott Hotel, que realizou o mesmo evento.
O prefeito da cidade de Nova York, Bill De Blasio, entendeu a ofensa aos cidadãos, e fez um pronunciamento público.
Bolsonaro cancelou sua visita a Nova York. As ações diretas e
pacíficas da sociedade civil serviram de maneira muito eficaz para
mostrar ao mundo que a cidade de Nova York não toleraria homenagear um
homem que promove hostilidade em relação a povos indígenas, pessoas das
comunidades LGBTQ e Afro-brasileiras, além de supervisionar a destruição
da Amazônia.
Não devemos nos permanecer calados diante de tais injustiças,
violência e ataques contra as pessoas e o meio ambiente. Ao permanecer
em silêncio, nos tornamos cúmplices.
Respeitosamente,
Comitê Defend Democracy in Brazil — Nova York
Articulação dos Povos Indígenas (APIB)
Amazon Watch
ANSWER Coalition NYC (Act Now to Stop the War and End Racism)
Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político Brasileiro
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Lucio Urtubia:Foi um pedreiro e ladrilheiro.Como um Quixote lutou contra verdadeiros gigantes.
A Riqueza e a Pobreza: "Não defendo a miséria, mas minha riqueza foi a pobreza. Os criadores de todas as riquezas são os pobres. Os ricos criam a miséria. Não é porque alguém seja pobre que tem que se acovardar, ficar em sua casa intimidado. O pobre tem que lutar. Quando alguém luta não é pobre, é pobre quando se deixa em sua casa rezando para que aconteça um milagre".
A cantora de MPB, Ana Carolina, faz um desabafo através do poema "Só de Sacanagem" de Elisa Lucinda
O final do poema é uma declamação a cidadania que nos impulsiona a desejar mudar o Brasil:" Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!" (Veja no You Tube clicando na imagem acima)
Sinto Vergonha de mim - Rui Barbosa (na voz emocionada de Rolando Boldrin) Clique na imagem abaixo:
Sinto vergonha de mim / Por ter sido educador de parte desse povo,/ Por ter batalhado sempre pela justiça,/ Por compactuar com a honestidade,/ Por primar pela verdade / E por ver este povo já chamado varonil / Enveredar pelo caminho da desonra.../... Ao lado da vergonha de mim, / tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!
Vejam a Lista dos Senadores e Deputados Fichas Sujas em MT-Clicando na imagem abaixo:
Vamos divulgar a lista dos Senadores e Deputados com ocorrências na Justiça e Tribunais de Contas organizado pela Transparência Brasil. Vejam quem são os Fichas Sujas e divulgem
Augusto Nunes da Silva é jornalista, por quatro vezes ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo
"Os que seguem contemplando calados o avanço dos fora-da-lei são tão velhacos quanto os que absolveram ostensivamente o bando do mensalão. A cumplicidade ativa não é mais grave que a omissão que endossa. O apoio explícito e o silêncio que consente são igualmente vergonhosos".
Martin Luther King, Jr: um dos mais importantes líderes do ativismo pelos direitos civis
“O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”
Sérgio Buarque de Holanda: um dos mais importantes historiadores brasileiros
“A democracia foi sempre no Brasil um lamentável mal-entendido. Uma aristocracia rural e semifeudal importou-a e tratou de acomodá-la aos seus direitos e privilégios”.
Bertolt Brecht: foi um destacado dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX.
"Alguns juízes são absolutamente incorruptíveis.Ninguém consegue induzi-los a fazer justiça"
Ditado Popular
"JUSTIÇA NO BRASIL É COMO SERPENTE,SÓ PICA OS DESCALÇOS..."
Máxima romana.
"Permita que a justiça seja feita mesmo que os céus caiam".
Sérgio Telles: è Psicanalista. Membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae
"A voracidade com que os políticos organizam negociatas e se apoderam do bem público em detrimento da coletividade é uma manifestação predatória e fanática do poder. É expressão de um narcisismo maligno que desrespeita a coletividade e coloca multidões na miséria e no desamparo".
O Professor Leon Frejda Szklarowsky é advogado, subprocurador-geral da Fazenda Nacional
"A impunidade é a matriz e a geratriz de novos e insensatos acontecimentos e o desmoronamento do que ainda resta de bom na alma humana."
Félicité Robert de Lamennais: filósofo e escritor político francês.
"Quando alguém vos mostrar os grandes e poderosos da terra e vos disser: Aí estão os teus amos, não lhe deis ouvidos. Se forem justos, serão vossos servidores; se injustos, vossos tiranos."
Santo Agostinho:foi um bispo, escritor, teólogo, filósofo, padre e Doutor da Igreja Católica.
“São parasitos os que exploram a sociedade para benefício próprio, os que vivem à custa do Estado sem nada produzir, os que vegetam em lastimosa ociosidade. Tais indivíduos são como células cancerosas que roubam a vitalidade do organismo social".
AUTOR DESCONHECIDO
"Justiça seja feita: nem todo ladrão é político!".
Thomas Jefferson: advogado,filósofo, político e um espírito elucidativo do Iluminismo.
"A política é uma praga tal que eu aconselho todos a não se meterem nela".
Jonathan Swift: foi um escritor irlandês
"Como as coisas andam, a política nada mais é que corrupção".
Eça de Queirós: é um dos mais conceituados escritores de todos os tempos.
"Os políticos têm todos a mesma política".
Teresa de Calcutá: missionária católica albanesa. Considerada a missionária do século XX.
"Não posso dar-me ao luxo da política. Numa ocasião, fiquei cinco minutos a escutar um político e morreu-me um velhinho em Calcutá".
William Shakespeare:foi um poeta e dramaturgo inglês, tido como o maior escritor do idioma inglês
"O Demónio não soube o que fez quando criou o homem político; enganou-se, por isso, a si próprio".
Charlie Chaplin, foi um ator, diretor, dançarino, roteirista e músico britânico.
"Cada um tem de mim exatamente o que cativou, e cada um é responsávl pelo que cativou, não suporto falsidade e mentira, a verdade pode machucar, mas é sempre mais digna. Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão. Perder com classe e vencer com ousadia, pois o triunfo pertence a quem mais se atreve e a vida é muito para ser insignificante. Eu faço e abuso da felicidade e não desisto dos meus sonhos. O mundo está nas mãos daqueles que tem coragem de sonhar e correr o risco de viver seus sonhos."
Eric Blair:jornalista, ensaísta e romancista britânico, que escreveu sob o pseudônimo George Orwell
"A linguagem política dissimula para fazer as mentiras soarem verdadeiras e para dar aparência consistente ao puro vento".
Voltaire, foi um escritor, ensaísta, deísta e filósofo iluminista francês
Que é a política senão a arte de mentir a propósito?. Não quero participar da política... A política não é o meu ofício; sempre me limitei a fazer pequeninos esforços para tornar os homens menos tolos e mais honestos. .
Eduardo Galeano:autor de mais de quarenta livros de ficção, jornalismo, política e História
"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar".
Victor Hugo: escritor e poeta francês de grande atuação política em seu país
"Não há nada como o sonho para criar o futuro. Utopia hoje,carne e osso amanhã".
Anatole France: escritor francês ganhador do Prêmio Nobel de Literatura
"Sim,o sonho! Sim,a quimera! Sim,a ilusão! Sem os sonhos,sem as quimeras,sem as ilusões,a vida não tem sentido e não oferece interesse. A utopia é o principio de todo progresso. Sem as utopias de outrora,os homens viveriam ainda miseráveis e nus nas cavernas. Foram os utopistas que traçaram as linhas da primeira cidade... Dos sonhos generosos,nascem as realidades benéficas..."
Albert Camus: escritor e filósofo nascido na Argélia.
"Todo movimento de revolta invoca tacitamente um valor...A revolta nasce do espetáculo da desrazão diante de uma condição injusta e incompreensível".
René Char: foi um poeta francês do século 20
“Aquilo que vem ao mundo para nada perturbar não merece respeito nem paciência”
William Cuthbert Faulkner: um dos maiores escritores americanos do século XX
“O único papel verdadeiro do homem, nascido num mundo do absurdo, é ter consciência da sua vida, da sua revolta, da sua liberdade”
Marco Túlio Cícero:filósofo, orador, escritor, advogado e político romano.
"O maior estímulo para cometer faltas é a esperança de impunidade."
Esopo é um lendário moralista e fabulista grego do século 6 a.C.
"Nós enforcamos os ladrõezinhos e indicamos os grandes ladrões para cargos públicos".
Padre Antônio Vieira:religioso, escritor, orador e influente personagem do século XVII
" O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza...O ladrão que furta para comer não vai nem leva ao inferno: os que não só vão mas que levam, de que eu trato, são os outros - ladrões de maior calibre e de mais alta esfera...Os outros ladrões doubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo de seu risco, estes, sem temor nem perigo: os outros se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam." ( Sermão do bom ladrão )
Ruy Barbosa, foi um jurista, político, diplomata, escritor, filólogo, tradutor e orador brasileiro.
"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto".
Marquês de Maricá, foi um escritor, filósofo e político brasileiro.
"A impunidade não salva da pena e castigo merecido; retarda-o para o fazer mais grave pela reincidência e agravação das culpas e crimes subseqüentes."
Charles de Montesquieu, foi um político, filósofo e escritor francês.
"A corrupção dos governantes quase sempre começa com a corrupção dos seus princípios".
Friedrich Wilhelm Nietzsche, foi um influente filósofo alemão do século XIX.
"Os homens da corrupção são espirituais e caluniadores; sabem que há outras formas de matar que não seja pelo punhal e pela emboscada. Sabem também que se acredita em tudo o que é bem dito". ( em A Gaia da Ciência)
Henry David Thoreau:ensaísta, poeta, naturalista e filósofo estado-unidense.
«É a democracia, tal como a conhecemos, a melhor possibilidade em matéria de governo? Não é possível dar um passo mais em direção ao reconhecimento e a organização dos direitos do homem? Nunca poderá haver um Estado realmente livre e iluminado até que não se reconheça ao indivíduo como poder superior independente de quem deriva e a quem lhe cabe sua própria autoridade, e, em consequência, lhe de o tratamento correspondente.»
Rafael Barrett: escritor, narrador, ensaísta e jornalista espanhol de profundo conteúdo filosófico.
«As leis e as constituições que pela violência governam aos povos são falsas. Não descendem do estudo e do comum ascenso dos homens. São filhas de uma minoria bárbara, que se apoderou da força bruta para satisfazer sua ganância e sua crueldade.»
Michel Foucault: Um pensador que nunca se deixa capturar por classificações...
«Livrem-se das velhas categorias do negativo (a lei, o limite, as castrações, a falta, a lacuna) que por tanto tempo o pensamento ocidental considerou sagradas, como forma de poder e modo de acesso à realidade. Prefiram o que é positivo e múltiplo, a diferença à uniformidade, os fluxos às unidades, os agenciamentos móveis aos sistemas.»
Jean-Jacques Rousseau foi um dos mais considerados pensadores europeus no século XVIII.
«O primeiro homem que, havendo cercado um pedaço de terra, disse "isso é meu", e encontrou pessoas tolas o suficiente para acreditarem nas suas palavras, este homem foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Quantos crimes, guerras e assassínios, de quantos horrores e misérias não teria poupado ao gênero humano aquele que, arrancando os marcos, ou tapando os buracos, tivesse gritado aos seus semelhantes: Livrem-se de escutar esse impostor; pois estarão perdidos se esquecerem que os frutos são de todos, e a terra de ninguém!»
Ernesto Sabato:é um escritor, ensaísta e artista plástico argentino.
«Me pergunto em que tipo de sociedade vivemos, que democracia é essa que temos onde os corruptos vivem na impunidade, e a fome das pessoas é considerada subversiva.»
Shelley:Grande Poeta considerado um marco referencial do pensamento Romântico na Literatura Mundial
Homens da Inglaterra, por que arar/ Para os senhores que vos mantêm na miséria? / Por que tecer com esforço e cuidado/ As ricas roupas que vossos tiranos vestem?/A semente que semeais, outro colhe/ A riqueza que descobris fica com outro / As roupas que teceis, outro veste / As armas que forjais, outro usa / Semeai - mas que o tirano não colha / Produzi riqueza - mas que o impostor não guarde / Tecei roupas - mas que o ocioso não as vistas / Forjais armas - mas que usareis em vossa defesa
Buenaventura Durruti: uma das grandes referências do socialismo libertário espanhol.
«Já organizaram a vossa colectividade? Não esperem mais! Ocupem as terras! Organizem-se de forma a que não hajam chefes nem parasitas entre vós. Se não realizarem isso, é inútil que continuemos avançando. Temos que criar um mundo novo, diferente do que estamos destruindo.»
Ernst Bloch, filósofo da utopia e da esperança
"Se eu desejar algo para mim, não seriam riquezas nem poder, mas apenas a paixão da possibilidade. Eu desejaria ter um olho eternamente jovem, ardendo eternamente com a exigência de ver a possibilidade" ( El princípio Esperanza),
Rosa Luxemburgo, a flor mais vermelha do socialismo
"Há todo um velho mundo ainda por destruir e todo um novo mundo a construir. Mas nós conseguiremos, jovens amigos, não é verdade?"
Osho: pensador indiano que conseguiu, da forma mais simples ocidentalizar a filosofia oriental
“Todos os políticos nascem a partir de um complexo de inferioridade. Por essa inferioridade ser uma ferida, eles querem provar ao mundo que não são inferiores: ‘Eu sou o presidente, eu sou o primeiro-ministro! Mas o problema è que a política tem poder(...) Durante séculos a política só matou e destruiu pessoas, toda a história da política è a história de criminosos, de assassinos. Em três mil anos os políticos criaram cinco mil guerras. Perece que no político o instinto bárbaro é muito poderoso, seu único prazer é o de destruir, de dominar(...) O desejo de poder, de dominar, surge apenas numa mente doentia.
Jiddu Krishnamurti procurou libertar a mente humana de toda desonestidade.
“Até na morte desejamos ser importantes, não há limite para a nossa vaidade e pretensão! Almejamos a fama e o poder, ou a amizade daqueles que a possuem (...) O poder e a fama são sempre admirados e, portanto, nos torna respeitáveis. O poder é o eterno mal exercido pelo político(...) Apesar de destruidor, todos desejam ardentemente possuí-lo, e aqueles que o detêm querem sempre mais(...). O poder é o bastão do mal, transmitido de geração a geração. Poucos são capazes de abandoná-lo, livremente, sem arrependimento, pois nisso não há nenhuma recompensa”.(Diário de Krishnamurti)
D. Helder Câmara: Um pastor preocupado com o bem-estar social do povo que ele amava.
"Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto porque eles são pobres, chamam-me de comunista".
Nada do humano é alheio a Leonardo Boff.
"Uma sociedade não vive sem utopias, isto é, sem um sonho de dignidade, de respeito à vida e de convivência pacífica entre as pessoas e povos. Se não temos utopias nos perdemos nos interesses individuais e grupais e perdemos o sentido do bem viver em comum".
Um olhar de D. Pedro Casaldáliga sobre o cenário mundial do capitalismo desumanizador
"O capitalismo é “intrinsecamente mau”: porque é o egoísmo socialmente institucionalizado, a idolatria publica do lucro pelo lucro, o reconhecimento oficial da exploração do homem pelo homem, a escravidão de muitos ao jugo do interesse e da prosperidade de poucos." (do livro Creio na Justiça e na Esperança)
Otto Ruhle: A LUTA CONTRA O FASCISMO COMEÇA PELA LUTA CONTRA O BOLCHEVISMO
A Revolução Não é Tarefa de Partido: "A revolução é tarefa política e económica da totalidade da classe proletária. Só o proletariado enquanto classe pode levar a revolução à vitória. Tudo o resto é superstição, demagogia, charlatanismo político".
Faz falta a voz de Cornelius Castoriadis
A impotência da política: "Os dirigentes políticos são impotentes. A única coisa que podem fazer é seguir a corrente, ou seja, aplicar a política ultraliberal da moda. Os socialistas não fizeram outra coisa desde que voltaram ao poder. Não se trata de políticas, mas de políticos, no sentido de politiqueiros. Gente que caça voto de toda e qualquer maneira. Não têm programa algum. O seu objetivo é permanecer no poder ou voltar ao poder e para isso são capazes de tudo".
Um dos mais famosos gritos de protesto do socialismo, vem do Manifesto Comunista de Marx e Engels.
"Trabalhadores do mundo, uni-vos, vós não tendes nada a perder a não ser vossos grilhões",
Flores Magón:Suas reflexões e atos contra a tirania latifundiária levaram à emergência da Revolução
"A ditadura do proletariado ou da burguesia, é sempre tirania e liberdade não pode ser alcançado através da tirania".
Nestor Makhno: CONSTRUIR O SOCIALISMO LIBERTÁRIO Autogestão e Federalismo Hoje
"Eis porque eu falo de uma organização libertária apoiada sobre o princípio duma disciplina fraternal. Uma tal organização conduzirá ao acordo indispensável de todas as forças vivas do anarquismo revolucionário e o ajudará a ocupar seu lugar na luta do Trabalho contra o Capital".
Noam Chomsky, cientista de prestígio, também é conhecido por suas idéias libertárias
"as idéias da livre associação, do controle popular das instituições e de derrubada das estruturas autoritárias são o caminho da liberdade e da democracia."
Mohandas Karamchand Gandhi: inspirou movimentos de direitos civis e da liberdade em todo o mundo.
"Quando alguém compreende que é contrário à sua dignidade de homem obedecer a leis injustas, nenhuma tirania pode escravizá-lo".
BOOKCHIN, Murray:Pensador e militante anarquista contemporâneo
"A ruptura com a ordem existente só será consumada quando os problemas da vida tiverem impregnado e digerido os da sobrevivência"
CLEYRE, Voltairine: conferencista famosa, percorreu os EUA fazendo propaganda das idéias libertária
Em resposta a um senador americano -- que ofereceu mil dólares de recompensa a quem lhe desse um tiro -- escreveu: «Negócio fechado. Pague apenas sua passagem até minha casa, o tiro vai de graça, mas já que faz tanta questão em pagar $1000, então, depois de dar-lhe o tiro, usarei o dinheiro na propagação da idéia de uma sociedade livre onde não haja assassinos, presidentes, mendigos, nem senadores».
GOLDMAN,Emma: Lutadora da causa operária, defensora dos direitos da mulher
"O capitalismo sabe corromper aqueles que deseja destruir".
MALATESTA, Errico principal pensador anarquista italiano
“Segundo nosso ponto de vista, tudo o que tende a destruir a opressão econômica e política, tudo o que serve para elevar o nível moral e intelectual dos homens, para lhes dar consciência de seus direitos e de suas forças, e para persuadi-los a fazer uso deles, tudo o que provoca o ódio contra o opressor e suscita o amor entre os homens, aproxima-nos de nosso objetivo”.
KROPOTKIN, Piotr: escritor, filósofo e militante libertário russo
“Nós vemos no Estado uma instituição desenvolvida através da história das sociedade humanas para impedir a união direta entre os homens, para entravar o desenvolvimento da iniciativa local e individual, para aniquilar as liberdades que existiam, para impedir a sua nova eclosão e para submeter as massas aos interesses, egoísmos e ambições das minorias ociosas e autoritárias.”
Refletindo com TOLSTOI, Liev
“Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo”.
Max Stirner, filósofo libertário, é talvez um dos autores mais deturpados de todo o mundo
"O objetivo dos Governos é sempre o mesmo: limitar o indivíduo, domesticá-lo subordiná-lo, subjugá-lo".
William Godwin, UM PENSADOR EM BUSCA DA JUSTIÇA POLÍTICA
"a campanha eleitoral é um negócio tão desprezível, tão degradante, tão eternamente incompatível com a moral e com a dignidade mental, que mal posso acreditar que um espírito verdadeiramente elevado seja capaz de se envolver em negócio tão sujo e escravizante. "
PROUDHON, Pierre–Joseph: Uma Dialéctica da Liberdade
"Os grandes só parece grandes porque estamos ajoelhados"
Uma leitura de BAKUNIN, Mikhail
"É preciso que compreenda que não existe liberdade sem igualdade e que a realização da maior liberdade na mais perfeita igualdade de direito e de fato, política, econômica e social ao mesmo tempo, é a justiça".
O mundo precisa de um Che Guevara
"Muitos me chamaram de aventureiro e o sou, só que de um tipo diferente: dos que entregam a pele para provar suas verdades."