O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou uma imagem da
bandeira dos Estados Unidos em seu twitter, assim que foi confirmada a
morte do general iraniano Soleimani, que foi quem mais combateu o
Exército Islâmico no Oriente Médio; iranianos prometem vingar a morte do
general após o atentado terrorista, que abre o risco de uma Terceira
Guerra Mundial
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se vangloriou de
ter assassinado o general iraniano Soleimani, que era considerado um
herói em seu país e também no Iraque, por ter combatido os terroristas
do Exército Islâmico – uma milícia que os Estados Unidos dizem combater,
mas que foi fortalecida com o assassinato político desta madrugada. O
gesto de Trump, que pode ser considerado uma provocação, foi a postagem
de uma bandeira dos Estados Unidos, logo após o atentado terrorista
contra Soleimani.
Com consequência do assassinato, o Irã prometeu vingança e já há
temores de uma Terceira Guerra Mundial. Leia, abaixo, reportagem da
Reuters:
BAGDÁ (Reuters) - O Irã prometeu vingança severa depois que um
ataque aéreo dos Estados Unidos em Bagdá na sexta-feira matou Qassem
Soleimani, comandante da força de elite iraniana Quds e arquiteto da
crescente influência militar do país no Oriente Médio.
Soleimani era um general considerado a segunda figura mais poderosa
do Irã, depois apenas do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.
O ataque noturno dos EUA, autorizado pelo presidente Donald Trump,
marcou uma escalada dramática em uma disputa no Oriente Médio entre o
Irã e os Estados Unidos e seus aliados, principalmente Israel e Arábia
Saudita.
O comandante da principal milícia do Iraque, Abu Mahdi al-Muhandis, conselheiro de Soleimani, também foi morto no ataque.
O Irã está envolvido em um prolongado conflito com os Estados Unidos,
que se agravou na semana passada com um ataque à embaixada dos EUA no
Iraque por milícias pró-Irã após um ataque aéreo dos EUA à milícia
Kataib Hezbollah, fundada por Muhandis.
O Pentágono disse que as Forças Armadas dos EUA “tomaram uma ação
defensiva decisiva para proteger pessoal dos EUA no exterior ao matarem
Qassem Soleimani”, e que o ataque foi ordenado por Trump para
interromper planos de futuros ataque iranianos.
Autoridades norte-americanas, falando sob condição de anonimato,
disseram que Soleimani foi morto em um ataque de drone. A Guarda
Revolucionária do Irã disse que ele foi morto em um ataque de
helicópteros dos EUA.
Preocupações com uma possível interrupção do fornecimento de petróleo
no Oriente Médio elevaram os preços da commodity em quase 3 dólares.
Khamenei disse que uma vingança severa aguarda os “criminosos” que
mataram Soleimani. A morte, embora amarga, vai dobrar a motivação da
resistência do Irã contra os Estados Unidos e Israel, disse o aiatolá.
Em comunicado divulgado pela televisão estatal, Khamenei pediu três dias de luto nacional.
A embaixada dos EUA em Bagdá pediu a todos os cidadãos norte-americanos que deixassem o Iraque imediatamente.
HERÓIS NUNCA MORREM
Soleimani comandava a força Quds, a divisão estrangeira da Guarda
Revolucionária, e teve um papel crucial nos combates na Síria e no
Iraque.
Durante mais de duas décadas, ele se destacou na projeção da
influência militar da República Islâmica no Oriente Médio, adquirindo o
status de uma celebridade no país e no exterior.
Apresentadores da televisão estatal iraniana se vestiram de preto e
transmitiram imagens de Soleimani usando binóculos em um deserto e
saudando um soldado, e de Muhandis falando a seguidores.
O presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse que o assassinato tornará
seu país mais determinado na resistência aos EUA, e a Guarda
Revolucionária disse que forças anti-EUA buscarão vingança em todo o
mundo muçulmano.
Centenas de iranianos marcharam rumo ao complexo de Khamenei, no centro de Teerã, para transmitir seus pêsames.
“Não sou uma pessoa pró-regime, mas gostava de Soleimani. Ele era
corajoso e amava o Irã, lamento muito por nossa perda”, disse a dona de
casa Mina Khosrozadeh na capital.
Na cidade-natal de Soleimani, Kerman, pessoas vestidas de preto se
reuniram diante da casa de seu pai, chorando enquanto ouviam a recitação
de versos do Alcorão.
“Heróis nunca morrem. Não pode ser verdade. Qassem Soleimani sempre
viverá”, disse Mohammad Reza Seraj, professor do ensino médio.
Trump, que enfrenta acusações de impeachment no Congresso dos EUA,
não fez nenhum comentário de imediato, mas publicou uma imagem da
bandeira norte-americana no Twitter.
A presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, uma
democrata e crítica contundente do presidente republicano, disse que o
ataque foi realizado sem consulta ao Congresso e sem autorização para o
uso de força militar contra o Irã.
O primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdul Mahdi, repudiou as mortes,
que viu como uma violação das condições da presença militar dos EUA em
sua nação e um ato de agressão que desrespeitou a soberania do Iraque e
levará a uma guerra.
O principal clérigo xiita iraquiano, o grande aiatolá Ali al-Sistani,
classificou as mortes como uma violação da soberania e dos acordos
internacionais. Ele exortou todas as partes envolvidas a praticarem a
moderação.
O governo sírio, do presidente Bashar al-Assad, repudiou o que qualificou como uma agressão criminosa dos EUA.
Israel considerava Soleimani como uma grande ameaça durante muito
tempo. O premiê Benjamin Netanyahu encurtou uma visita à Grécia, e a
rádio do Exército israelense disse que os militares entraram em estado
de alerta avançado.
A força Quds, assim como unidades paramilitares aliadas que vão do
Hezbollah libanês ao agrupamento de milícias iraquianas apoiadas pelo
Irã conhecido como Forças de Mobilização Popular —milícias com
experiência de combate e armadas com mísseis— têm meios amplos para
reagir.
Em setembro, autoridades dos EUA culparam o Irã por um ataque com
mísseis e drones a instalações petrolíferas da gigante estatal de
energia saudita Saudi Aramco.
O Irã, por sua vez, sofreu dezenas de ataques aéreos e de mísseis,
realizados principalmente por Israel, contra seus combatentes e forças
aliadas na Síria e no Iraque.
FIGURA LENDÁRIA
Analistas dizem que o Irã provavelmente responderá vigorosamente à
morte de Soleimani, que havia sobrevivido a várias tentativas de
assassinato de agências ocidentais, israelenses e árabes ao longo das
últimas duas décadas.
A força Quds, encarregada de realizar operações além das fronteiras
iranianas, amparou Bashar al-Assad quando ele parecia perto de uma
derrota na guerra civil que transcorre desde 2011 na Síria, e também
ajudou milícias a vencerem o Estado Islâmico no Iraque.
Soleimani assumiu o comando da força em 1998, e a partir de então
fortaleceu discretamente os laços iranianos com o Hezbollah no Líbano,
com o governo sírio e com milícias xiitas iraquianas.
Muhandis, por sua vez, supervisionava a PMF, uma aliança de grupos
paramilitares do Iraque composta principalmente por milícias xiitas
amparadas pelo Irã que foram integradas formalmente às Forças Armadas
iraquianas.
Sua milícia Kataib Hezbollah, que recebeu treinamento de
combate do Hezbollah, visou forças dos EUA durante muito tempo e foi um
dos primeiros grupos a enviar combatentes à Síria para auxiliar Assad.
Fonte Brasil 247
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