"O helminto faz o mesmo com o povo que despreza. Deixar morrer de
covid-19 é mais barato do que combater a sério a epidemia", escreve o
colunista Marcelo Zero ao criticar Jair Bolsonaro. "O helminto e as
oligarquias parasíticas que o colocaram lá não querem saber de gastar
dinheiro com pobres", diz. "Afinal, vermes se alimentam de cadáveres"
Por Marcelo Zero, sociólogo, especialista em Relações Internacionais
O helminto que desgoverna o Brasil cometeu um pronunciamento inacreditável.
Na contramão da ciência, da OMS, das boas medidas dos governadores e
de todos os países sérios do mundo, o helminto falante ou o “helminto
quando falo”, voltou a dizer que o covid-19 não passa de uma
“gripezinha” e que as pessoas deveriam abandonar os cuidados do
isolamento social, que as escolas deveriam ser reabertas, bem como
shoppings, restaurantes etc.
Para ele, tudo isso não passa de histeria
alimentada, claro, pela imprensa. E que o problema da Itália é ter
muitos velhos e um inverno rigoroso. Nós, jovens tropicais, podemos
ficar tranquilos.
Vaidoso, o musculoso helminto afirmou que, ante o seu “histórico de
atleta”, o covid-19 não lhe traria problemas. Ainda não sabemos se o
covid-19 concorda.
Não, o helminto não está louco. Tem, sem dúvida, sérias limitações
cognitivas, mas não é um celerado. Sabe o que faz. Mente com propósito.
O helminto está simplesmente defendendo os interesses das oligarquias parasíticas que o colocaram no poder.
Ele e sua gloriosa equipe de invertebrados neoliberais estão fazendo o que os americanos chamam de bean counting.
A expressão ficou famosa quando o grande defensor dos consumidores,
Ralph Nader, acusou as grandes montadoras de automóveis de vender
modelos que elas sabiam ser muito inseguros.
Como era o esquema? Os contadores das companhias calculavam quantas
pessoas iriam morrer, por ano, em razão da insegurança de um determinado
modelo. Em seguida, calculavam quanto teriam de pagar de indenização
para cada família. Feito isso, comparavam os custos totais das
indenizações com o custo de fazer um recall e corrigir os
problemas que iriam matar os consumidores. Como o custo de recall era
consideravelmente mais alto que os custos (baixos, na época) das
indenizações, optava-se por não alertar os consumidores e deixá-los
morrer. Feijões contados.
O helminto faz o mesmo com o povo que despreza. Deixar morrer de covid-19 é mais barato do que combater a sério a epidemia.
Combater eficazmente a epidemia implica aumentar bastante os gastos
com saúde pública e não os reduzir, como o governo de vermes vinha
fazendo. Além disso, implica tomar robustas medidas anticíclicas para
manter a renda da população que terá de ficar em casa, proteger os mais
vulneráveis do setor informal, manter os pequenos negócios etc.
Governos minimamente responsáveis vêm fazendo exatamente isso. Até os
EUA, terra do liberalismo econômico, acaba de aprovar um pacote de
estímulos de cerca de US$ 2 trilhões. Vão dar mil dólares por mês para
que as famílias possam ficar em casa durante a crise.
Mas o verme pinochetista não gasta dessa opção. Por isso, apresentou
um pacote que não prevê dinheiro novo para entrar na economia e que até
estabelecia não pagamento de salários para os trabalhadores.
Os vermes não querem comprometer sus metas fiscais ortodoxas, o
austericídio eterno e agenda ultraneoliberal que vem arrasando o país há
4 anos. Ao contrário, querem usar o desastre do coronavírus para
apressá-la e aprofundá-la.
Além disso, tomar medidas anticíclicas robustas significaria
reconhecer, definitivamente, o fracasso irremediável do descaminho
neoliberal para resolver a crise do Brasil e a incompetência de um
governo de amebas.
Nesse sentido, deixar o barco correr, deixar a seleção natural seguir
seu curso, como aconteceu na pandemia da gripe espanhola, é bem mais
barato, seguindo a lógica perversa do bean counting, do que ser
responsável e humanitário. Se morrer muita gente, será, em sua maioria,
gente pobre e dispensável, facilmente substituível. E, se o custo
político ameaçar ficar muito alto, pode-se botar a culpa na China e no
PT. Em última instância, pode-se até usar a crise para fechar o regime, o
grande sonho dos seres rastejantes.
O helminto declarou, certa vez, que o erro da ditadura foi não ter
matado umas 30 mil pessoas. Quem sabe agora ele não ultrapasse essa
meta? Quem sabe essa não é a verdadeira intenção do helminto?
Não, o helminto e as oligarquias parasíticas que o colocaram lá não
querem saber de gastar dinheiro com pobres. Não querem salvar vidas. Nem
sequer pensam em salvar o Brasil. Pensam apenas em seus interesses
imediatos e mesquinhos.
Afinal, vermes se alimentam de cadáveres.
Fonte Brasil 247
ATENÇÃO !!! NÃO SAIA DE CASA!
Bolsonaro quer cometer contra o povo brasileiro um extermínio deliberado, um GENOCÍDIO.